No dia 20 de agosto de 2015, eu participei como palestrante do II Festival Binacional de Enogastronomia e Produtos do Pampa
na fronteira Livramento-Rivera, al norte del Uruguay y al
sur de Brasil e, juntamente com o Chef Mario del Bo, do Instituto
de Gastronomia do Uruguai, tive que responder a seguinte pergunta: “A
comida tem fronteiras?” A primeira e única ideia que me ocorreu foi a de
que muitas comidas e ingredientes vieram com os nossos antepassados e
que, aos poucos, elas foram se adaptando à região e às suas
circunstâncias... Citei o croissant (crescente, em francês) que se
transformou em medialuna, entre outras... Mas também citei algumas que foram criadas por aqui, como o arroz carreteiro e o charrá (será?) etc.
Mas achei muito importante definir o que é uma fronteira, pois entendo que
algumas pessoas ainda as veem como limites, e nós fronteiriços as vemos
como possibilidades de diálogos, de trocas, de interações e de
convivências. Portanto eu respondi: Sim, a comida tem fronteiras, mas
não tem limites. Também abordei sobre as diferenças que existem entre as
fronteiras políticas (entre países) e as fronteiras culturais (entre
costumes). No final, aproveitei para destacar as principais ações políticas e eventos de integração cultural que estão ocorrendo na faixa da
fronteira Brasil-Uruguai.
Saí de lá muito certo de que o festival, recém no seu segundo ano, já está maduro e forte... A comunidade assimilou a ideia e ele já envolve a agricultura familiar, os pequenos e os grandes produtores locais, os hotéis e os restaurantes das duas cidades, as escolas municipais, as universidades e a equipe do Slow Food Binacional (esqueci de alguém?).
Saí de lá muito certo de que o festival, recém no seu segundo ano, já está maduro e forte... A comunidade assimilou a ideia e ele já envolve a agricultura familiar, os pequenos e os grandes produtores locais, os hotéis e os restaurantes das duas cidades, as escolas municipais, as universidades e a equipe do Slow Food Binacional (esqueci de alguém?).
Portanto, eu acredito que agora os governos
(locais, estadual e nacional) precisam elaborar planos e políticas
culturais/turísticas de apoio aos festivais de gastronomia. O ministro Juca Ferreira, por exemplo, já sinalizou que o MinC vai publicar editais de gastronomia em 2016. E eu só tenho a agradecer à Jussara Dutra
pelo convite e a todos os(as) envolvidos(as) pela organização desse
importante festival regional. Vocês nos representam! Aproveitei a
oportunidade e deixei a minha receita para uma "caçarola" de cultura
regional (de território cultural). Modo de preparo: juntar tudo o que
tem de simbólico da integração cultural e misturar bastante. Cozinhar
por um bom tempo em fogo brando, cuidando pra não desmanchar os
ingredientes... Adelante!!!
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