Eles estão jogando o jogo deles.
Eles estão jogando de não jogar um jogo.
Se eu lhes mostrar que os vejo tal qual eles estão, quebrarei as regras
do seu jogo
e receberei a sua punição.
O que eu devo, pois, é jogar o jogo deles,
o jogo de não ver o jogo que eles jogam.
Citado em Laços, de R. D. Laing.
Essa citação do livro Laços, de R.D. Laing
revela o alto grau de esquizofrenia ou de sabedoria de uma pessoa? Pergunto
isso porque muitas ainda se questionam sobre as diferenças entre os golpes de
1964 e de 2016. Vejo que as rebeldes e de índole libertária sentem medo de uma
punição maior, pois pensam em golpes como uma intervenção militar, mas algumas já
estão compreendendo o que significa um “golpe branco”, a exemplo do que ocorreu
no Paraguai e em Honduras, só para citar dois países próximos a nós,
brasileiros. Portanto, a pergunta que faço no título é mais do que pertinente.
Nesta
reflexão, parto do princípio de que “golpes” civis e militares vêm ocorrendo há
muito tempo no Brasil e que a cultura do autoritarismo faz parte da vida e da memória
do nosso povo. É certo que algumas pessoas reagem para defender apenas os seus interesses
econômicos e privados, enquanto outras agem por pura maldade e estupidez... Mas
também existem aquelas que simplesmente “entram na onda” da grande mídia e, pela
falta de um conhecimento mais elaborado, se tornam massa de manobra. Essas não
podem ser tratadas e comparadas com as duas primeiras, sob pena de confundi-las
ainda mais.
Poderíamos
dizer que os golpes civis e militares no Brasil (e no continente sul-americano)
são uma consequência da expansão do capital internacional e da ausência de uma
burguesia nacionalista no país com capacidade de resistir. Grosso modo, eles
ocorreram em quatro momentos distintos e complementares: a primeira fase vocês
conhecem, pois ocorreu no tempo do Império e foi citada em todos os livros
escolares. A segunda fase vai da Proclamação da República até 1964, com fortes
investimentos em mineração e acordos com a burguesia emergente nacional,
predominantemente rural e conservadora. A terceira fase vai de 1964 até o final
do século 20, com o golpe militar, que patrocinou o chamado “Milagre Econômico”
com aparência nacionalista, mas que se abriu para a instalação vertiginosa de
indústrias transnacionais em solo brasileiro, com investimentos em
infraestrutura (estradas, pontes e hidrelétricas), com o objetivo transportar a
produção do campo e das cidades, além de gerar energia para os novos parques
industriais e exportar a produção. A quarta fase começa bem antes de 2016, com
a expansão do capital financeiro internacional, em que os grandes bancos se alimentam de receitas produzidas por outros
setores da economia mundial e concentram ainda mais a riqueza, criando mais
desigualdades e privilégios em cada país.
No caso brasileiro, alguns bancos internacionais se aliaram à grande indústria
e à agroindústria, ambas dependentes, com o objetivo de investir na produção
local por um longo período. O país atravessou esse período com estabilização e
consumo, mas quando a crise econômica chegou, veio um “golpe branco” com o
objetivo de “desburocratizar” os procedimentos alfandegários, “flexibilizar” as
leis do trabalho, com a perda de direitos consolidados e/ou adquiridos pelos
trabalhadores na Constituição de 1988 e o “desmonte” da previdência social
pública, para tornar os brasileiros reféns dos planos de saúde, dos bancos, das
empresas e das oscilações do mercado internacional.
Para
quem ainda não sabe, nos primeiros cem anos de República, vivemos apenas 19
anos em ambiente democrático, sendo que esses dezenove anos não foram
contínuos, mas interrompidos por golpes civis e militares. Nesse sentido, quem nasceu
bem antes de 1989 – primeira eleição direta após o regime militar – deve
valorizar e dar outro significado para essa recente experiência democrática de
vinte e sete anos consecutivos. Nessas quase três décadas os
movimentos populares cresceram e se organizaram muito mais do que nas décadas
anteriores, mas, ao mesmo tempo, foram criminalizados. Mais tarde, obtiveram
diversos avanços reais, principalmente durante os governos – de coalizão – Lula e Dilma... Mas a “doutrina da prosperidade” também estava sendo
disseminada por algumas igrejas e seus fanáticos pastores, e houve a eleição de
diversos vereadores, prefeitos, deputados estaduais e federais, senadores
ligados ao agronegócio e à repressão, formando as chamadas bancadas “da Bíblia”,
“do boi” e “da bala”. Os demais poderes da República, como os tribunais e os
meios de comunicação nacionais e regionais, foram dominados por “celebridades”,
por volumosos “patrocínios” e por intrigas e difamações sem o devido direito de
resposta.
Compreender
isso é fundamental para reconhecer porque as velhas culturas políticas ainda se
manifestam entre nós, qual é o papel geopolítico que o Brasil cumpre para garantir
o equilíbrio (ou desiquilíbrio) do continente, e a importância dos avanços
culturais, sociais, econômicos e políticos que obtivemos. Boa parte do povo
brasileiro sabe que em 1964 um grupo de militares, apoiados por civis, deu um
golpe de Estado e governou arbitrariamente por longos 21 anos, pois até a Rede
Globo (que, não por coincidência, foi inaugurada em 1964) e o governo
norte-americano já reconheceram isso publicamente. Mas poucos sabem que esses
mesmos civis e militares brasileiros, a serviço do capital internacional, exportaram
os golpes militares e os métodos de tortura utilizados aqui (a partir de 1964) para
outros países da América do Sul, como o Uruguai (1973), o Chile (1973) e a
Argentina (1976). E, quase ninguém relaciona o fato de que naquela época o
mundo vivia um período de expansionismo políticos / econômicos / territoriais
estratégicos, conhecido como Guerra Fria, em que era quase impossível se livrar
da disputa bipolar promovida pelas duas grandes potências mundiais, Estados
Unidos da América e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
A nossa televisão e os cinemas, por
exemplo, foram dominados pela cultura importada dos Estados Unidos, as escolas
e universidades foram fragmentadas e censuradas por meio do famigerado acordo
MEC USAID (United States Agency for
International Development), ouve uma
tecnificação do ensino, censura aberta às obras musicais, às peças de teatro,
aos filmes nacionais e estrangeiros. Ao mesmo tempo, muitos militares e
policiais foram treinados para a perseguição política, a truculência, a prática
do racismo e a obtenção de provas por meio da tortura. Para presos comuns, esses
métodos medievais nunca acabaram no Brasil, mas o juiz Sérgio Moro voltou a
utilizá-los para prisões políticas, por meio da tortura psicológica.
É bom lembrar que essas disputas bipolares
e globais continuaram até 1991 e foram se definhando há pouco mais de duas
décadas, com a dissolução da União Soviética, a partir da Perestroika e da
Glasnost (1986) e com a queda do Muro de Berlim (1988). Quem tem mais de vinte e cinco anos de idade deve
saber que o muro desabou junto com muitos paradigmas – modelos - que orientavam
boa parte da esquerda mundial e que o surgimento de novos pactos regionais
(União Europeia, Mercosul etc.) inseriu os países numa nova ordem mundial,
caracterizada por grandes blocos econômicos, só que agora multipolarizada. Além
dos Estados Unidos da América e do Japão, a China se destacava como uma das potências
competitivas, enquanto a Rússia ainda se levantava dos escombros.
O que pouca gente se deu conta (ou faz de
conta que não viu) é que durante esse longo processo de disputas territoriais, diversas
empresas estrangeiras se instalaram em solo brasileiro, assim como em toda a
América do Sul, da África e de parte da Ásia. E que a nova política estratégica
das grandes potências mundiais, reunidas no G-8 e no G-20, passou a ser a defesa
de uma democracia controlada, com a repressão dos conflitos nesses territórios ocupados.
No entanto, contraditoriamente, em alguns países ocorreram diversos movimentos
sociais e de massas que fizeram um enfrentamento direto e indireto às políticas
das grandes corporações.
Aquilo que essas empresas conquistaram
durante séculos de exploração do continente foi consolidado, principalmente,
durante esses anos de Guerra Fria (1945 a 1991) e de ditadura militar no Brasil
e nas Américas. No entanto, foi a partir dos governos militares que as grandes
mineradoras, as usinas hidrelétricas, os parques industriais, a produção de
soja e de carne cresceram no Brasil, mas para abastecer o mercado internacional,
e não para melhorar a vida do povo. Não é por acaso que os slogans do regime militar eram: “Exportar é o que importa!” e
“Primeiro é preciso crescer, para depois dividir o bolo”. Um plano de enganação
orquestrado pela grande mídia em conjunto com a velha / nova elite nacional dependente,
submissa ao capital internacional.
É certo que desde o Brasil Colônia nós
exportamos madeira, ouro, borracha, castanha, carne e cereais, principalmente
para a Europa e os EUA. É importante lembrar que a indústria
foi uma das maiores conquistas do Brasil no Século 20 e que ela ocorreu, dentre
outras questões, porque Getúlio Vargas tinha uma visão de estadista. Mas precisamos reconhecer que foi a partir dos anos 1970 que se
inaugurou o período de internacionalização intensa do capital, da exportação de
automóveis, televisores, iogurte, sabonetes, lâminas de barbear, papel
higiênico, bebidas etc. para outras partes do mundo. Na década de 1970, por
exemplo, a FIAT se instalou em Betim, Minas Gerais, o Polo Petroquímico do ABC
Paulista cresceu significativamente e o Super Porto de Rio Grande, no Rio
Grande do Sul, foi ampliado e se tornou um dos maiores portos do país.
A
crise do petróleo, em 1973, acabou com o “Milagre Econômico” e o país já havia
se endividado com o FMI e com outros bancos externos. O preço
dos alimentos se elevou e desgastou de vez o regime militar, que também era
denunciado por torturas e corrupções. A partir de 1975 começaram a pipocar
greves de trabalhadores no ABC paulista e em outros estados, os movimentos
sociais se unificaram e fortaleceram a resistência democrática em todo o país. Os
candidatos de oposição – ainda aglutinados no Movimento Democrático Brasileiro,
pois esse era o único partido legal e oposicionista à época - foram eleitos na
maioria dos municípios, estados e no Congresso Nacional. As manobras dos militares e de seus
patrocinadores foram muitas e, inclusive, fizeram parte do “plano de abertura
lenta e gradual” elaborado pelo então General Golbery do Couto e Silva. Aos
poucos, com o surgimento de novos partidos e o avanço das oposições, aqueles velhos
slogans foram substituídos pela
“necessidade de um Estado mínimo” e pela “ineficiência do Estado” e tudo isso
que vocês ouvem ainda hoje nos programas de rádio e de televisão. Vieram os
governos civis, e a venda do patrimônio público a preço de banana para empresas
nacionais e, principalmente, multinacionais se tornaram as principais marcas
dos governos Sarney, Collor, Itamar e Fernando Henrique Cardoso, representantes
dos governos do PMDB, do PSDB, do PFL (atual DEM), do PDS (atual PP), e de outros
partidos menores, tanto nos estados como nos municípios.
É importante destacar que, nessa transição
do regime autoritário para um ambiente democrático, ainda durante o governo
Sarney, os salários
foram congelados e tiveram reajuste apenas quando a inflação atingisse 20%, e os
supermercados escondiam as mercadorias para aplicarem um ágio sobre os produtos.
Os planos milagrosos, Cruzado I e Cruzado II (fevereiro e
novembro de 1986, respectivamente), fracassaram, pois a inflação oficial medida pelo IBGE
alcançou a absurda cifra de 1.764% e houve um aumento excessivo dos preços. Como a elite empresarial não tinha uma alternativa midiática
capaz de vencer Lula nas eleições de 1989 acabou transformando o governador de
Alagoas, Fernando Collor de Mello, conhecido como o Caçador de Marajás, no seu
candidato. O desafio deles era derrotar o PT nem que fosse necessário mentir e
manipular de forma escancarada. Depois, o principal executivo da Rede Globo de
Televisão, o Boni, reconheceu tal manipulação, mas já era tarde: Collor havia vencido
as eleições de 1989.
A
prioridade anunciada pelo novo governo foi lutar contra a espiral inflacionária. Collor
confiscou a poupança dos brasileiros e abriu o país para o capital
internacional. Como todos sabem, o novo “Salvador da Pátria” teve o seu mandato
cassado por um impeachment, em 1992, com milhares de jovens indo às ruas com as
“caras pintadas”, após a Rede Globo noticiar os crimes e assassinatos praticados
pelos seus antigos aliados.
Hoje
é totalmente diferente, pois o planeta inteiro já reconheceu o protagonismo do
Brasil neste século 21, e apenas o capital financeiro internacional e seus
aliados não se importam com o bem-estar dos brasileiros. A
soberania nacional só existe em algumas peças publicitárias do governo golpista,
na cabeça de alguns malucos que vestem camisas amarelas nas manifestações e na de
alguns velhos idealistas. É lamentável que a maior parte da esquerda brasileira
nem fala nesse assunto e, inclusive, trata o debate sobre a internacionalização
do capital como se fosse uma “mania de conspiração” ou “uma paranoia”. Ou seja:
ainda não entenderam que o capital não tem fronteiras, que a luta de classes é internacional
e que a liberdade não se conquista em um só país.
Há muito tempo que os investimentos norte-americanos são significativos no Brasil. Mas, com o golpe de 2016, as bancadas do PMDB, do PP, do DEM e do PSDB estão preparando o terreno para ampliar essa participação. Uma das primeiras medidas do governo golpista foi a aprovação do fim da participação obrigatória da Petrobras no Pré-Sal. O ministro da Fazenda anuncia que o governo vai liberar a venda de terras para estrangeiros, o ministro do desenvolvimento, indústria e comércio, paulista e bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, está implementando um plano de “desburocratização dos serviços públicos”, com o objetivo de diminuir os controles feitos pelo Imetro, para agilizar os procedimentos de marcas e patentes e preparar a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) para ampliar a sua capacidade de exportação. Vê-se que a pauta dos golpistas está sendo intensa em 2017, pois eles precisam obedecer as ordens do capital internacional e entregar as riquezas do país o mais rápido possível.
O problema deles é que acabou a Guerra Fria e hoje o mundo é multipolar. Além disso, estão previstas eleições em 2018 no Brasil, e eles ainda não possuem candidatos confiáveis, com a “ficha-limpa” e com a capacidade de derrotar o ex-presidente Lula, que ainda é lembrado pelo povo como o único grande líder nacional. No entanto, povo brasileiro ainda precisa entender que em momentos de crise cíclicas do capitalismo mundial essas disputas políticas sempre se agudizam e se radicalizam. Em qualquer país do mundo, incluindo o Uruguai, a Bolívia, a Venezuela, a Alemanha, a Inglaterra, a China, o Tibete e (pasmem) os EUA, a pauta da intromissão estrangeira na economia e na política é debatida abertamente, sem medo de pechas e de adjetivações, pois é preciso defender os empregos e o futuro que está ameaçado. No Brasil, a disputa política tem se dado somente no campo jurídico, ético, moral, religioso e psíquico. Não considero essas questões menos importantes, mas elas não podem ser tratadas como exclusivas ou excludentes. Seria uma orquestração dos exportadores? Ou será a síndrome de vira-lata que persiste entre nós?
O
simbolismo de identificarmos um inimigo externo não pode ser descartado pela
política de resistência democrática, pois ele, além de ser verdadeiro, contribui
para a unificação dos movimentos sociais. As mobilizações de 2017,
em defesa da Previdência Social Pública, por exemplo, também mostraram que elas
unificam o povo brasileiro contra os golpistas. Mas ainda falta muito para unificar
os diferentes coletivos e partidos contra a terceirização do trabalho, a defesa
do Pré-Sal (leia-se, mais recursos para a saúde e educação) e a priorização de
por mais comida na mesa do trabalhador. Enfim, a oposição brasileira precisa ser
clara para se diferenciar dos insurgentes grupos de aventureiros e de carbonários.
Os coletivos precisam criar focos de resistência e de luta contra a perda de
direitos em cada um dos estados, e no máximo de municípios brasileiros.
Como se viu, foi e será um longo período de
movimentos e de posições no seio dos poderes e da sociedade brasileira, sendo
que os dois exemplos mais recentes foram a descoberta do Pré-Sal (energia + saúde
+ educação) e o alinhamento do Brasil com os BRICs. Enquanto um aguçou a ganância
de empresas chinesas, francesas e norte-americanas, o outro tirou boa parte do
protagonismo dos EUA na definição das políticas globais, como a taxa de juros
bancários, os empréstimos e investimentos em países subdesenvolvidos etc. A
partir daí, entramos num jogo de xadrez nacional e internacional, com
vigilância permanente nas redes sociais, com espionagem e escutas ilegais,
vazamento de informações, que os mais velhos, infelizmente, ainda não conseguiram
entender a dimensão dessa guerra cibernética. No
entanto, com erros e acertos, me parece que estamos sendo provocados a compreender
a realidade a partir da própria realidade objetiva / subjetiva, e não apenas a
partir da disputa entre as siglas e/ou dos estudos acadêmicos.
Vamos torcer para que as novas gerações nos
questionem sobre alguns temas, tais como: 1) quais são as grandes corporações que
estão disputando a hegemonia cultural e política no parlamento, nos tribunais,
nas redes sociais e nos meios de comunicação? 2) Elas temem perder os parques
industriais instalados em solo brasileiro durante os anos de regime militar? 3)
o empresariado nacional é nacionalista ou se tornou totalmente dependente? 4) O
jogo “Um desmonte para o Futuro” está servindo para punir um a um, os políticos
e empresários brasileiros delatados e/ou envolvidos em “tenebrosas transações”?
5) A Operação Lava-Jato está punindo os corruptos ou apenas serve para evitar que
o povo brasileiro faça uma reflexão mais profunda? 6) O alinhamento estratégico
do Brasil com os BRICS e com o Mercosul está ameaçado? 7) Qual é o propósito
maior do golpe de 2016?
É óbvio que, se mostrarmos que estamos
vendo tal qual eles jogam, quebraremos as regras do seu jogo e receberemos uma,
duas ou mais advertências e punições... O que devemos fazer? Jogar o jogo
deles, e seguir fazendo de conta que não vemos o jogo que os bancos jogam,
junto com as empresas norte-americanas, chinesas, francesas, canadenses etc.? Perguntem
aos coletivos o que devemos fazer e quais são as peças que compõem os tabuleiros
municipal, regional, estadual, nacional e internacional. Você está preparado
para jogar esse jogo?
P.S. Nos anos 70 Henry Kissinger, conselheiro
de relações exteriores de vários presidentes dos EUA, já sugeria
para o G7 (depois G8) essa mudança de tática na dominação dos países
dependentes, após a instalação dos parques industriais transnacionais em solo
estrangeiro. Anos antes, o General Golbery do Couto e Silva, um dos grandes
mentores da estratégia do regime militar, presidia a empresa norte-americana
Dow Chemical do Brasil, uma das maiores fabricantes de produtos químicos
agrícolas do mundo. Por curiosidade, fiquei sabendo que recentemente, em 2015,
a Dow Chemical se uniu a Du Pont, segundo seus diretores, “devido à queda nos preços
das commodities e o dólar forte, mesmo com seus negócios de plásticos
prosperando graças aos preços baixos do gás natural”. Para um(a) leitor(a)
atento(a), essas palavras bastam!
Março de 2017 (53 anos do Golpe de 1964 e 27 anos da
primeira eleição direta após o regime militar).
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