David Coimbra vai comentar apenas sobre o futebol?

    (Resposta ao jornalista David Coimbra. Matéria “Quem é a elite perversa de Lula”, publicada no jornal Zero Hora, no dia 27 de julho de 2015. Para ler esse artigo, acesse: http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2015/07/david-coimbra-quem-e-a-elite-perversa-de-lula-4810594.html)


    Prezado David Coimbra

    EMAIL ENVIADO: A gente não se conhece pessoalmente e eu quase não acompanho os teus comentários sobre o futebol, e muito menos sobre a política. Não é por falta de tempo, e sim porque os de futebol já não me apaixonam tanto como antes, e porque a política gaúcha entrou numa grenalização absurda. E, claro, porque eu entendo que os teus comentários anti-PT alimentam este triste momento da política gaúcha.

    Eu simplesmente não quero participar e nem me alimentar desse tipo de reflexões. No entanto, incentivado por uma estranha curiosidade, li o teu artigo "Quem é a elite perversa de Lula" e percebi que ele contém muitos argumentos que traduzem o discurso do senso comum anti-PT e, por consequência, fomenta a reação dos que são a favor do PT. Ou seja, quase tudo o que dizes nesse artigo já tinha sido dito antes, de alguma maneira, por algum político da oposição e/ou por pessoas declaradas anti-PT, nas ruas, nos jornais ou nas redes sociais.

    Não conheço a tua opinião sobre o papel dos formadores de opinião e também não quero questionar a tua liberdade de expressão. A minha preocupação é com a falta de reflexões sobre os valores (não monetários) e com a propagação do ódio que começa na grande mídia, se espalha pelas redes sociais e já começa a se manifestar nas ruas, nos aviões e nos restaurantes do nosso país. Não sou fatalista, mas estou preferindo dialogar e prevenir do que arriscar qualquer aventura que possa prejudicar a todos nós.

    Como tu és um "formador de opinião" e com muitos seguidores no estado que se diz o "mais politizado do país", eu entendo que merecias essas minhas respostas e considerações. Vais ver que algumas são provocações, mas outras são contextualizações.

    Enfim, eu escrevi pensando nos teus leitores, amigos e/ou "inimigos" (é assim que se tratam na grenalização), e sequer pensei em tentar te tirar da zona de conforto. Agora, depois de postar nas redes sociais, eu estou vendo que muitas pessoas queridas e sensatas se identificaram com as minhas reflexões e compreendi que eu acabei fazendo eco para muitos desejos que estão reprimidos e não possuem canais para se expressar.

    Se fizeres uma leitura atenta, vais perceber que as regras da política são bem mais complexas e dinâmicas do que as do futebol. Por isso, te questionei já no título do meu artigo.

    P.S. Eu ainda não havia percebido que estamos numa semana de GRENAL.
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    A RESPOSTA: Veja as minhas considerações sobre o teu artigo:

    Em primeiro lugar, Lula não é o único que vê o PT e os governos do PT sendo criticados, pois esse ódio existe desde que o PT foi fundado, em 1980. Muitos intelectuais, professores e artistas renomados também diriam o mesmo... É só tu pesquisares por “ódio ao PT” no Google, que vais encontrar comentários na BBC de Londres, no jornalismo internacional e também do José Pepe Mujica. No Brasil verás a opinião de Mino Carta, de Franklin Martins e até de Chico Buarque, de Paulo Freire e de tantos livres pensadores insuspeitos... Talvez alguns expertos digam que não concordam com isso, mas tudo deve ser visto como parte de um sofisticado e legítimo jogo político (dos “interésses”, diria o Brizola) e, claro, da luta de classes, num país de capitalismo tardio, que recém ensaia o seu primeiro período democrático mais longo. Mas isso também passa pelo grau de informações e pela capacidade de reflexão de cada indivíduo. Eu entendo que tu estás vendo a política como um jogo de futebol e achas que ao escolher um time o resultado poderá mudar. Tens que entender que a política é mais complexa do que um simples jogo de futebol.

    Neste sentido, e para tentar elevar o nível do debate, eu vou responder cada uma das tuas “acusações”, meu caro jornalista. Se a popularidade de Dilma chegou aos 7% é porque o governo, depois de vários anos de incentivo ao consumo, resolveu reconhecer publicamente que a crise econômica mundial está mais longa do que costumava ser. Saiba que o capitalismo sempre entra em crise, e que não precisas ler o velho Marx para entender esse fenômeno. Basta ler os capitalistas Keynes, Milton Friedman e outros contemporâneos, com suas posições distintas, para aprender sobre essas crises cíclicas e/ou em ondas... Mas, quero te dizer que as tuas críticas também representam uma crise de valores (de princípios), e isso é o que mais me preocupa, pois utilizas uma posição privilegiada para atacar os teus adversários políticos. E ao incentivar o ódio também geras manifestações autoritárias e covardes, como jogar bombas na sede do Instituto Lula, enforcamento de bonecos da Dilma e agressões físicas aos adversários. Isso sem falar da "grenalização" que se propaga como praga nas redes sociais.

    Sim, a crise econômica poderia ter chegado bem antes ao Brasil e acompanhado o resto do mundo. Aí onde estás morando, nos EUA, por exemplo, sei que a população pobre ainda está sentindo bastante os efeitos da quebradeira norte americana desde 2008. Portanto, já faz sete anos! Os “gringos” não possuem sequer um sistema público de saúde, e quase tudo é pago. Por que tu não falas um pouco sobre isso? Quanto estás pagando pelo teu tratamento de saúde? Como as pessoas analisam o sistema de saúde daí?

    Aqui a crise chegou bem mais tarde porque os governos Lula e Dilma apostaram no consumo interno e resolveram baixar o valor da energia elétrica, manter o preço da gasolina, diminuir os impostos sobre a “linha branca” doméstica, e permitir que boa parte da população tivesse acesso a eletrodomésticos, automóveis, casas, apartamentos etc. Com isso foram gerados milhares de empregos e a população obteve mais renda em todas as regiões do país. Estamos de acordo que graças aos governos Lula e a Dilma os pobres também começaram a viajar de avião e experimentaram a comida de restaurantes. Todos sabem que a política de distribuição de renda fez o dinheiro circular e até o maior dos desinformados soube aproveitar esta oportunidade. Qual é o problema em reconhecer isso, ilustre jornalista?

    Embora tu não concordes, o Lula tem razão ao dizer: "Tudo que é conquista social incomoda uma elite perversa neste país". Pois a elite econômica (incluindo o Grupo RBS) se aproveita dos momentos de crise econômica do capitalismo para apontar um único culpado... E acredite! Foi assim e sempre será... Essa é a maneira que ela encontra para negociar nos bastidores e evitar as investigações feitas pela Polícia Federal e pelos tribunais, pois todos nós sabemos que existe muito mais lama do que essa que está aparecendo na mídia tradicional. Tu também deverias saber, e acho que sabes, que a Operação Zelotes é um claro exemplo disso. Já pensaste que o teu salário e o teu tratamento de saúde poderiam estar sendo pagos com a sonegação de recursos (impostos) que deveriam ser investidos em mais creches, mais escolas, mais postos de saúde e mais assistência social? Pensa nisso! Um justiceiro como tu deveria falar de todas as injustiças do mundo, e não somente daquelas que interessam no momento aos teus patrões.

    É verdade que uma parte da elite brasileira (e mundial, digo eu) admira o Lula. Os banqueiros lucraram com os juros das dívidas, mas também com todas as compras a prazo realizadas neste país. Entendeste como os bancos ganham dinheiro? Portanto, todos lucraram bastante nos governos do PT. Mas é preciso lembrar que não foram somente eles... Segundo a ONU, o Brasil tirou milhões de pessoas da linha da pobreza extrema, o agronegócio e a indústria automobilística cresceram como nunca neste período recente... Enfim, quase todo o mundo ganhou nestes anos de fartura. O que tu querias? Vender o patrimônio público e esperar até a próxima crise, como fazem todos os governos neoliberais? Uma ruptura do capitalismo? Seguir as orientações do Partido Comunista Chinês? Ou fazer a política do Obama? Afinal, qual é a tua proposta para sair da crise do capitalismo mundial? Ao ler os teus comentários percebo que tu estás utilizando a mesma lógica da oposição brasileira. Ou seja, estás sem propostas para o país e, principalmente, não reconheces que os mais pobres (e não somente os banqueiros) melhoraram de vida. Mas lembra que, se os atuais oposicionistas estivessem no governo seria bem pior do que aquilo que tu estás criticando. Atualmente eles governam alguns estados (SP, PR e RS, por exemplo) e já governaram o país. Veja que os senadores do PSDB e de outros partidos (onde será que anda o Lasier Martins?) estão defendendo a venda do Pré-Sal, o alinhamento aos EUA e outras políticas entreguistas. Qual é a tua opinião sobre isso, ilustre jornalista do Grupo RBS?

    Tu tens razão: o Eike Batista emergiu graças a generosos empréstimos do BNDES, e depois submergiu rapidamente. Mas tu lembras que a Rede Globo também foi salva da falência durante o Governo Lula? Se isso não acontecesse, o Grupo RBS (aquele a quem tu serves) poderia sucumbir junto à sua progenitora. Sinceramente, eu não consigo prever as consequências culturais e políticas, caso esses empréstimos não fossem dados a essas e outras empresas nacionais. Em parte concordamos que devemos analisar a fundo o passivo e o planejamento estratégico dessas empresas antes de dar um empréstimo, mas as leis de mercado no mundo capitalista são competitivas e turbulentas, e não perdoam vacilações e/ou aventuras, como as do Eike Batista. Acredito que em breve verás a falência da revista Veja, do grupo Abril, e de outras grandes empresas que parecem maduras... E não poderás culpar a Dilma.

    Tu precisas entender que o Lula tem aquela mania de “ser amigo” de todo mundo, e eu concordo que é um erro dele. Aliás, eu acredito que ele te trataria de forma amistosa, mesmo depois dessas tuas duras críticas e provocações... Mas cuidado! Agora ele está ficando um pouco mais nervoso e já processou a revista Veja, e ganhou na justiça. Parece que está processando a revista Época e deve ganhar também. Isso é uma prova de que a liberdade e a justiça estão começando a ser uma prática neste país. No entanto, contraditoriamente, eu também percebo um sinal de sabedoria do Lula, pois se trata de alguém que fez muita força para ser aceito por uma sociedade desigual e preconceituosa. Aliás, eu acredito que isso até se tornou uma estratégia pessoal e política dele, baseada no diálogo, ao invés da força, na construção coletiva, ao invés da imposição, e de tudo aquilo que a gente deveria elogiar.

    As famílias Odebrecht, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez, citadas por ti, sabem muito bem disso... Ou tu achas que eles só trabalham para os governos militares, para o PSDB e para governos conservadores? Tu não percebes que o que estava em jogo, era a estabilidade econômica do país e os milhares de empregos gerados por essas empresas? Isso não é pouca coisa, meu caro jornalista. Tu precisas entender que sem essas empresas o Brasil não teria o PAC I e o PAC II, as novas estradas, pontes e ferrovias, e nem mesmo o Pré-Sal... Se erros recentes foram descobertos pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, não foi somente em relação aos políticos do PT. Veja que os empresários e doleiros que aceitaram participar das delações premiadas, disseram que o Aécio, o Eduardo Cunha e a maioria da bancada do PP gaúcho estão envolvidos nos esquemas. Vamos acompanhar essas declarações? Isso já foi publicado no site do TSE e é de conhecimento de todos que existiram relações e apoios envolvendo quase todos os partidos políticos da situação e da oposição. Eu estou contente com isso, pois a sujeira finalmente está aparecendo aos olhos de todos. Mas, como jornalista, não deverias citar apenas um lado da “moeda”. Por isso, eu digo que os teus comentários sobre política revelam o tipo de jornalismo parcial que decidiste praticar.

    As famílias que tu citaste são parte da elite brasileira. Mas tens que entender que elas sempre apoiaram quem pode ganhar as eleições, ou apoiaram os dois ou mais concorrentes... É uma velha tática de evitar surpresas, e também porque os seus interesses estão em obras nos estados governados pela oposição. Basta analisar as obras realizadas em São Paulo, no Rio de Janeiro e até no Rio Grande do Sul para entenderes o que eu disse.

    Também é verdade que o PT cede espaços e que uma parte da elite política, representada por Maluf, Sarney, Calheiros, Temer, entre outros, apoiou as políticas de Lula. Mas foi apenas uma parte da elite, pois a outra parte continuou na oposição, nas trincheiras da FIESP, da Rede Globo, do Grupo RBS (onde tu trabalhas) e em outras instâncias de poder real desse enorme e complexo país. Tu querias que o PT ignorasse a força dos partidos e de seus representantes nos estados em que ele não teve uma boa votação? Sim, até Fernando Collor acabou entrando para a base de sustentação das políticas do governo, representando Alagoas, já que a Heloísa Helena, do PSol, não concorreu com ele ao senado e não entendeu o jogo político daquela época.

    Devias comemorar que muitas contas na Suíça estão sendo descobertas. Mas tu deves saber que as do HSBC podem pegar os teus patrões. Eu imagino que tu já pensaste nisso e até entendo porque não falas uma só palavra nesse assunto. Ainda bem que nós temos a liberdade das redes sociais para fazer o contraponto e revelar o que está por trás das tuas palavras.

    Estamos de acordo que a política econômica do segundo governo Dilma está trazendo prejuízos para a população e que os assalariados como tu (e a maioria dos teus amigos, dizes tu) estão preocupados com o sustento de suas famílias, com o poder de compra do salário mínimo, com o desconto do Imposto de Renda, com a falta de água e de luz a cada chuva, com as ruas esburacadas, com os assaltos, com a educação deficiente, com os hospitais lotados e com o preço do tomate, etc. etc. etc. Isso é maravilhoso, não achas?!!! Todos estão com a oportunidade de aprender que a crise do capitalismo e a luta de classes sempre existiram e vão continuar existindo... E também que isso não pode ser entendido analisando apenas questões conjunturais e de curto prazo. É preciso ir mais fundo para compreender a estrutura do Estado moderno e as contradições do sistema capitalista mundial. Por exemplo, saiba que o capital não tem fronteiras, e que as relações internacionais também definem o grau de desenvolvimento do capitalismo em um determinado país. Se, em 2015, o Brasil está atravessando uma crise de consumo e de valores (não monetários), temos que aprender sobre as suas causas e circunstâncias... Mas depois temos que compartilhar essas descobertas, quando possível, com os nossos amigos, leitores e familiares. Principalmente com aquela parte da população que não faz parte da elite brasileira, mas que por pensar apenas em questões circunstanciais, imediatas e/ou individuais, acaba caindo nas armadilhas e no jogo político da elite que diz criticar. Eu entendo que tu, conscientemente ou não, estás caindo numa dessas armadilhas!

    Enfim, tu nem precisas apoiar o Lula para fazer uma análise política contextualizada, mas tampouco deverias odiá-lo. O papel de um jornalista sério seria mostrar o contraditório e oferecer opiniões alternativas para os seus leitores. Por isso, eu afirmo que tu não fazes jornalismo e sim defendes “interésses” claros e objetivos. Tu dizes, por exemplo, que “nós ainda não temos um nível ideal de segurança, saúde e educação públicas, que o país ainda coloca presos em masmorras medievais, que 60 mil pessoas são assassinadas e outras 50 mil morrem em acidentes de trânsito a cada ano, que o país gasta bilhões para construção de estádios em lugares onde praticamente não existe futebol, que tem sua principal estatal sangrada em bilhões de dólares pela navalha da corrupção”, mas não falas uma linha sequer que o país avançou muito nestes últimos anos, e nessas mesmas políticas públicas. Por quê?          

    Por tudo isso tu és relacionado seguidamente no rol de jornalistas “apaniguados” e financiados pela RBS para criticar o Lula e a Dilma. Tenho certeza que tu sabes disso! Eu apenas quero te lembrar que tu já abandonaste a tua origem de classe em favor de um status e de um emprego... Mas que também não fostes o primeiro e nem serás o último! Jornalistas do teu calibre os empresários compram e descartam quando querem. Para confirmar isso, te aconselho analisar a história do Grupo RBS nos últimos 30 anos. São as leis do mercado...

    Antes de concluir, eu gostaria que tu refletisses sobre alguns dados:

1. Produto Interno Bruto:
2002 – R$ 1,48 trilhões
2013 – R$ 4,84 trilhões

2. PIB per capita:
2002 – R$ 7,6 mil
2013 – R$ 24,1 mil

3. Dívida líquida do setor público:
2002 – 60% do PIB
2013 – 34% do PIB

4. Lucro do BNDES:
2002 – R$ 550 milhões
2013 – R$ 8,15 bilhões

5. Lucro do Banco do Brasil:

2002 – R$ 2 bilhões

2013 – R$ 15,8 bilhões

6. Lucro da Caixa Econômica Federal:
2002 – R$ 1,1 bilhões
2013 – R$ 6,7 bilhões

7. Produção de veículos:
2002 – 1,8 milhões
2013 – 3,7 milhões

8. Safra Agrícola:
2002 – 97 milhões de toneladas
2013 – 188 milhões de toneladas

9. Investimento Estrangeiro Direto:
2002 – 16,6 bilhões de dólares
2013 – 64 bilhões de dólares

10. Reservas Internacionais:
2002 – 37 bilhões de dólares
2013 – 375,8 bilhões de dólares

11. Índice Bovespa:
2002 – 11.268 pontos
2013 – 51.507 pontos

12. Empregos Gerados:
Governo FHC – 627 mil/anoGovernos
Lula e Dilma – 1,79 milhões/ano

13. Taxa de Desemprego:
2002 – 12,2%
2013 – 5,4%

14. Valor de Mercado da Petrobras:
2002 – R$ 15,5 bilhões
2014 – R$ 104,9 bilhões

15. Lucro médio da Petrobras:
Governo FHC – R$ 4,2 bilhões/ano
Governos Lula e Dilma – R$ 25,6 bilhões/ano

16. Falências Requeridas em Média/ano:
Governo FHC – 25.587
Governos Lula e Dilma – 5.795

17. Salário Mínimo:
2002 – R$ 200 (1,42 cestas básicas)
2014 – R$ 724 (2,24 cestas básicas)

18. Dívida Externa em Relação às Reservas:
2002 – 557%
2014 – 81%

19. Posição entre as Economias do Mundo:
2002 – 13ª
2014 – 7ª

20. PROUNI – 1,2 milhões de bolsas

21. Salário Mínimo Convertido em Dólares:
2002 – 86,21
2014 – 305,00

22. Passagens Aéreas Vendidas:
2002 – 33 milhões
2013 – 100 milhões

23. Exportações:
2002 – 60,3 bilhões de dólares
2013 – 242 bilhões de dólares

24. Inflação Anual Média:
Governo FHC – 9,1%
Governos Lula e Dilma – 5,8%

25. PRONATEC – 6 Milhões de pessoas

26. Taxa Selic:
2002 – 18,9%
2015 – 14,25%

27. FIES – 1,3 milhões de pessoas com financiamento universitário

28. Minha Casa Minha Vida – 1,5 milhões de famílias beneficiadas

29. Luz Para Todos – 9,5 milhões de pessoas beneficiadas

30. Capacidade Energética:
2001 – 74.800 MW
2013 – 122.900 MW

31. Criação de 6.427 creches

32. Ciência Sem Fronteiras – 100 mil beneficiados

33. Mais Médicos (Aproximadamente 14 mil novos profissionais): 50 milhões de beneficiados

34. Brasil Sem Miséria – Retirou 22 milhões da extrema pobreza

35. Criação de Universidades Federais:
Governo FHC – zero
Governos Lula e Dilma – 18

36. Criação de Escolas Técnicas:
Governo FHC – 0
Governos Lula e Dilma – 214
De 1500 até 1994 – 140

37. Desigualdade Social:
Governo FHC – Queda de 2,2%
Governo PT – Queda de 11,4%

38. Produtividade:
Governo FHC – Aumento de 0,3%
Governos Lula e Dilma – Aumento de 13,2%

39. Taxa de Pobreza:
2002 – 34%
2012 – 15%

40. Taxa de Extrema Pobreza:
2003 – 15%
2012 – 5,2%

41. Índice de Desenvolvimento Humano:
2000 – 0,669
2005 – 0,699
2012 – 0,730

42. Mortalidade Infantil:
2002 – 25,3 em 1000 nascidos vivos
2012 – 12,9 em 1000 nascidos vivos

43. Gastos Públicos em Saúde:
2002 – R$ 28 bilhões
2013 – R$ 106 bilhões

44. Gastos Públicos em Educação:
2002 – R$ 17 bilhões
2013 – R$ 94 bilhões

45. Estudantes no Ensino Superior:
2003 – 583.800
2012 – 1.087.400

46. Risco Brasil (IPEA):
2002 – 1.446
2013 – 224

47. Operações da Polícia Federal:
Governo FHC – 48
Governo PT – 1.273 (15 mil presos)

48. Varas da Justiça Federal:
2003 – 100
2010 – 513

49. 38 milhões de pessoas ascenderam à Nova Classe Média (Classe C)

50. 42 milhões de pessoas saíram da miséria

    Estes dados foram extraídos do artigo “Alguém aí é a favor da corrupção?”, do cineasta gaúcho Jorge Furtado (http://www.casacinepoa.com.br/o-blog/jorge-furtado/algu%C3%A9m-a%C3%AD-%C3%A9-favor-da-corrup%C3%A7%C3%A3o)

    FONTES:

    47/48 – http://www.dpf.gov.br/agencia/estatisticas

    39/40 – http://www.washingtonpost.com

    42 – OMS, Unicef, Banco Mundial e ONU

    37 – índice de GINI: http://www.ipeadata.gov.br

    45 – Ministério da Educação

    13 – IBGE26 – Banco Mundial

    Espero que tu tenhas entendido porque a crise demorou tanto para chegar ao Brasil e como a elite “perversa” age nos momentos de crise. Na verdade, nós ainda precisamos aprender muito com as crises do sistema capitalista para elevar o nível de organização da sociedade brasileira e mundial. E, para finalizar, eu quero te fazer uma sugestão: faz um esforço intelectual para entender o sistema político, social e econômico global ou volta para os teus comentários sobre o futebol. O futebol é bem diferente da política, e ficará bem mais fácil compreender as disputas e as suas contradições.

Um abraço fraterno

Ricardo Almeida                          Porto Alegre, 29 de julho de 2015.

12 comentários:

  1. Tu também deverias saber, e acho que sabes! A Operação Zelotes não é um claro exemplo disso? Já pensaste que o teu salário e o teu tratamento de saúde poderiam estar sendo pagos com a sonegação de recursos (impostos) que deveriam ser investidos em mais creches, mais escolas, mais postos de saúde e mais assistência social? Pensa nisso! Um justiceiro como tu deveria falar de todas as injustiças do mundo, e não somente daquelas que interessam no momento aos teus patrões.

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  2. Ricardo, gostei muito do teu texto e ia compartilhá-lo no meu perfil no Facebook. No entanto, notei uma imprecisão que precisas corrigir. Tu afirmas que a existência de três senadores por Estado da Federação foi uma criação da ditadura militar, mas não foi assim. Os três senadores já existiam. O que o Pacote de Abril de 1977 fez foi criar os Senadores Biônicos. Para evitar que o PMDB conquistasse maioria no Senado nas eleições do ano seguinte, o ditador Geisel editou um conjunto de leis que determinou que metade dos senadores que seriam eleitos no ano seguinte o fossem por voto indireto, por meio dos Colégios Eleitorais de cada Estado, nos quais a Arena, partido da ditadura, detinha a maioria (só no Rio de Janeiro o PMDB era maioria). Em 1978 seriam eleitos dois senadores por Estado, sendo que em 1974 já havia sido eleito um senador por Estado. Com esta medida, a ditadura pretendeu (e conseguiu) evitar que o PMDB repetisse a vitória que já havia conquistado nas eleições de 1974, quando ele ganhou a eleição para Senado em 16 Estados e a Arena em apenas 6 Estado, e conquistasse, assim, pela primeira vez durante a ditadura a maioria no Senado. Além disso, foram criados novos Estados, com a elevação de Rondônia, que era um Território, à condição de Estado e a divisão do antigo Estado do Mato Grosso em dois Estado, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Como eram regiões mais "atrasadas", os eleitores tendiam a ser mais conservadores e a votar no partido da ditadura. Tu te confundiste e juntaste os dois procedimentos autoritários em um só, o que é compreensível, pois o objetivo dos dois era o mesmo. Para ser fiel aos fatos, no entanto, seria bom que tu corrigisse o texto, até para evitar que alguém se valha deste pequeno equívoco, para tentar desqualificar teu belo texto.

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  3. Ricardo, preciso retificar alguns equívocos do meu próprio texto. Na verdade, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul foram desmembrados em outubro de 1977 e Rondônia foi emancipado à condição de Estado em Dezembro de 1981. Só para que não pairem dúvidas, acho interessante acrescentar que o Acre já havia sido emancipado em 1962, durante o governo de João Goulart. Grande abraço.

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    1. Prezado Benedito. Vou revisar esta parte da história e corrigir o texto. A minha memória deve ter me traído... e ficou apenas a ideia da "armação". Muito obrigado pela correção e pelas palavras. Grande abraço

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    2. Benedito. Achei melhor excluir este parágrafo. Embora importante, esta reflexão não serve tanto como resposta. Era mais uma provocação! Abraços e obrigado! Adelante!

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  4. Tem um tipo de jornalismo insuportável, irresponsável, superficial, barato, o que mais?
    Gostei muito da forma como escreveste, Ricardo. Muito informativo, crítico, afiado e provocador. Tinha que chegar longe, a muitos leitores de Davids Coimbras. Abraço grande de admiração e parabéns!

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    1. Obrigado, Susana. O jornalismo deles é superficial e parcial. Por isso eu digo que eles não fazem jornalismo e sim defendem posições políticas. Infelizmente está assim... vou tentar chegar nos seus leitores sim. Já estou com quase mil acessos em apenas 2 dias. hehe Ele que se cuide! :) Abraços e muitas alegrias ti e família

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  5. Por isso mesmo cancelei minha assinatura da ZH e mudei para o Correio do Povo, onde o Juremir Machado da Silva tem dado um exemplo magnífico do melhor tipo de jornalismo crítico, isento e abrangente: http://www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado/?p=7378

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    1. Oi Nita. Eu também cancelei a minha assinatura e, mesmo assim eles continuaram ligando para o meu celular N vezes. O que fazer? Procurar outros meios para se informar. Abraços

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  6. Cá de casa, nossos cumprimentos pela argumentação calma, consciente e consistente!

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  7. Querido amigo Ricardo, gostei muito do teu texto, claro, esclarecedor e provocativo.... Vamos ao debate cada vez mais necessário.... Abraços Fraternos!

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  8. Ricardo, obrigado por dedicar seu tempo à reflexão e generosidade em compartilhar. Forte abraço.

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