As grandes lições da montanha

 
O meu amigo Fernando Recuero, o Fefa, fez recentemente um trekking no Aconcágua e nos enviou um outro olhar lá da montanha. Leiam alguns fragmentos do diário que ele escreveu:

(...) Só há uma coisa sensata a fazer: prosseguir. Mesmo quando o corpo começa a dizer não.
Os pensamentos continuam a fluir. Devaneios andinos: Não quero morrer aqui! Fico pensando: estou exausto, mas vou prosseguir... Vou caminhar, vou conseguir! E lá vamos nós, em frente, extraindo forças não sei de onde... Por certo, são forças que movimentavam nossos corpos... Não em busca de um objetivo, mas de permanecermos vivos.
O esgotamento físico está estampado em nossas caras. Parecemos uns zumbis, autômatos, uns sobreviventes... Caminhamos muito lentamente, pois a altitude impõe um ritmo lento. Falta força e fôlego! O coração há muito tempo funciona bem acelerado... Estamos o tempo todo ofegantes e muito cansados. (...)
Fotografia de Fernando Recuero (Farroupilha - RS)
As grandes lições da montanha ensinam muito sobre o que é o companheirismo e o espírito de solidariedade que existe neste ambiente extremo... E como as situações adversas aproximam e nos tornam mais humanos. As coisas ganham outro valor e sentido.
A vida e as coisas na montanha são simples como um prato de sopa e uma xícara de chá, e isto tem um valor imenso neste mundo das alturas. (...)
Não celebramos somente a ida, mas principalmente a nosso retorno. Fomos a um limite e o ultrapassamos. Mas, o mais importante é que voltamos!
Foi uma grande experiência de vida, sobre a vida.

Um comentário:

  1. Estive no Parque do Aconcágua. Vi ele de longe, entre nuvens que teimavam em não revelá-lo pleno. Falei com gente que havia ido até o topo e voltado com a pela roxa por obra do sol e frio. Não fiz caminhada longa, mas a paisagem e o ar rarefeito me fizeram pensar muito. Não há como escapar do clichê do "como eu sou pequeno diante disso". Aprendi a respeitar montanhas e montanhistas. Que belo relato do Fernando!

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