O monstro saiu do lago?

O fenômeno WikiLeaks nos trouxe várias reflexões sobre a liberdade de imprensa no mundo contemporâneo e sobre a necessidade de sigilo das informações. Trata-se de mais uma daquelas situações contraditórias em que o indivíduo (ou organização) quer divulgar as informações sigilosas dos “outros” e, para isso, precisa montar uma estrutura que permita garantir o sigilo das suas próprias informações. Ou seja, é um tipo de guerra moderna generalizada, onde os atores são governos, organizações, jornalistas, especialistas em TI e hackers. O grande fato, além das informações trazidas à tona, foi que o Wikileaks nos faz ver o mundo e a internet de outra maneira.
            
A verdade virá à tona, dizem os seus dirigentes, ao mesmo tempo em que divulgam milhares de documentos secretos dos EUA e de outros países.

Uma questão interessante é que sem o Wikileaks ficava mais difícil demonstrar que as nossas postagens no Facebook, emails, etc. estão sendo rastreados e suas “palavras-chave” armazenadas num enorme servidor, localizado em algum local seguro, há milhas e milhas daqui. E que esses dados estão sendo utilizados para oferecer produtos e serviços na nossa própria tela do computador e/ou celular. E mais, se seus administradores desejarem, esses dados poderão ser utilizados para fins políticos. 

Não quero criar pânico e nem dizer que não existam provedores mais seguros e éticos do que outros, e também que não devemos utilizar a internet para nos comunicarmos. Mas sim, que devemos ficar alertas para as escolhas feitas e para as armadilhas invisíveis que nos esperam a cada clique do mouse ou do teclado. Ou melhor, precisamos entender que o computador conectado na rede é mais do que uma ferramenta de comunicação e/ou de entretenimento. Ele faz parte de um caleidoscópio de vias e de acessos, com milhares e milhares de segredos íntimos e papos eternizados (sic). 

Outro dia, por exemplo, pesquisei achei uma publicação minha que eu já havia deletado. Como assim? Eu não tenho mais controle sobre as minhas postagens?

Enfim, precisamos fazer uma reflexão mais profunda sobre o que começou a aparecer na superfície, assistindo aos dois vídeos abaixo. E também exigir que o monstro saia do lago.

Instruções: É possível selecionar a legenda em português na entrevista com Julian Assange, membro do conselho consultivo do WikiLeaks.

 
 

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